O sublime silêncio

"O silêncio não tem nada a ver com ausência de barulho." diz a monja Kankyo Tannier no livro A Magia do Silêncio.

Tannier nós convida em seu livro ao que acredito ser o maior desafio moderno: silenciar. Quando as redes sociais nos pedem cada vez mais para falar e comunicar a todo momento tudo. Quando comunicação é a chave do mundo. Quando estamos acelerados e em busca de mais informações. Quando temos sempre algo a comentar.

Silêncio.

A própria Psicologia nos faz um convite para falar. Mas esse dizer na psicoterapia é um convite também para escuta, inclusive do silêncio. A escuta só pode ser feita mediante o silêncio. Porém, ao entrarmos em contato com o silêncio, há o contato com o vazio. Ou também, talvez pior, com o barulho interno de nossos pensamentos que gritam todos nossos sentimentos e sensações de uma vez.

Então, se o silêncio é vazio e temos medo dele, como irá nos fazer bem? Primeiramente, por proporcionar escuta de si. A compreensão de si parte de uma postura contemplativa e leva consequentemente a autopercepção. Como também, a escuta do outro. E quando eu escuto um pouco do que acontece à minha volta, tenho a capacidade de lidar e agir de uma forma muito mais conectada, empática.

Experimentar o silêncio talvez seja desafiador, mas ao mesmo tempo trará uma percepção mais ampliada de si e de tudo à sua volta.

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Luisa Carolina Holanda Pereira

Psicóloga

CRP 11/11493

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